Portugueses 2
A educação de qualquer português é um autêntico cristal. Ninguém tem o insistente comportamento de limpeza em público, seja do nariz com o dedo indicador, seja dos ouvidos com uma caneta. O arremesso forte e intempestivo da saliva para o passeio, precedido pelo estrépito rouco da garganta, desapareceu, como outrora o demónio da Tasmânia. A obra prima intitulada Nova Estética Corporal, onde, a autora, Leonor Lilaza - a célebre coreógrafa - definiu todo o movimento corporal externo e interno como acto de dança, contribuiu bastante para esta alteração. A partir daqui, gerou-se uma forte aversão aos movimentos sem a beleza da dança. Ou seja, o asseio passou a ser feito de forma muito mais meticulosa, elegante e suave, quer ao deitar quer ao levantar, e sempre em ambiente privado.
No domínio das restantes artes, surgiu em Portugal o movimento Seisso. O seu autor, o celebrérrimo pintor Felipe, jamais esclareceu a origem do nome. Felipe, partindo de Clemente, introduziu o conceito de racionalidade difusa, bem expresso no quadro Cubo de Gelo com Pingos de Água. Para ele, toda a pintura deve conter elementos de boa forma e elementos que a contradizem progressivamente. A literatura sofreu uma forte influência seíssica, em particular ao nível do romance. Os escritores começaram por dominar a técnica do romance e a introduzir, quer em termos da tensão narrativa quer em termos da linguagem, os elementos que tornam a obra cristalina e difusa ao mesmo tempo.
Quanto às ciências sociais e humanas, finalmente, foram consideradas produções discursivas, onde um valor deverá reinar: a crítica da teoria. Com esta ideia ultrapassou-se o "impasse post-modernista da uniformização branca". Esta designação impôs-se desconhecendo-se a respectiva autoria. O "impasse" resultou da asserção post-modernista mais conhecida: «todo o conhecimento é auto-conhecimento.» Ora, a pergunta colocada pela Geração NewGal (Newton e Galileu), nascida no nosso país, foi: como é que a Física gera o auto-conhecimento individual e cultural? Ante a ausência de respostas claras, toda a comunidade científica mundial apercebeu-se do absurdo da asserção, até porque levava à negação da previsibilidade dos fenómenos físicos. A partir daí ficou claro que o método científico existe e a crítica também. Ambos necessários a uma ciência; a crítica, imprescindível a um discurso. Hoje, os académicos começam as aulas invariavelmente da mesma maneira: «abatam a teoria que vou ensinar!» Daí o prémio Abate Crítico, instituído em todos os cursos superiores portugueses, e que permite aos alunos vencedores propinas gratuitas e um mês de férias estivais na renascida biblioteca de Alexandria.
No domínio das restantes artes, surgiu em Portugal o movimento Seisso. O seu autor, o celebrérrimo pintor Felipe, jamais esclareceu a origem do nome. Felipe, partindo de Clemente, introduziu o conceito de racionalidade difusa, bem expresso no quadro Cubo de Gelo com Pingos de Água. Para ele, toda a pintura deve conter elementos de boa forma e elementos que a contradizem progressivamente. A literatura sofreu uma forte influência seíssica, em particular ao nível do romance. Os escritores começaram por dominar a técnica do romance e a introduzir, quer em termos da tensão narrativa quer em termos da linguagem, os elementos que tornam a obra cristalina e difusa ao mesmo tempo.
Quanto às ciências sociais e humanas, finalmente, foram consideradas produções discursivas, onde um valor deverá reinar: a crítica da teoria. Com esta ideia ultrapassou-se o "impasse post-modernista da uniformização branca". Esta designação impôs-se desconhecendo-se a respectiva autoria. O "impasse" resultou da asserção post-modernista mais conhecida: «todo o conhecimento é auto-conhecimento.» Ora, a pergunta colocada pela Geração NewGal (Newton e Galileu), nascida no nosso país, foi: como é que a Física gera o auto-conhecimento individual e cultural? Ante a ausência de respostas claras, toda a comunidade científica mundial apercebeu-se do absurdo da asserção, até porque levava à negação da previsibilidade dos fenómenos físicos. A partir daí ficou claro que o método científico existe e a crítica também. Ambos necessários a uma ciência; a crítica, imprescindível a um discurso. Hoje, os académicos começam as aulas invariavelmente da mesma maneira: «abatam a teoria que vou ensinar!» Daí o prémio Abate Crítico, instituído em todos os cursos superiores portugueses, e que permite aos alunos vencedores propinas gratuitas e um mês de férias estivais na renascida biblioteca de Alexandria.
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