Bob e Bean
Há, de facto, coincidências significativas. Hoje fui uma barbearia para uma tonsura moderada. Ao entrar, o barbeiro ultimava a cabeça de um cliente e havia outro para ser atendido de seguida. Pareceu-me razoável o tempo de espera e sentei-me a aguardar a minha vez.
Entretanto, o cliente na cadeira fica despachado e reparo que ele não troca o olhar com os presentes. É um pouco tímido e tem uma parecença com o Mr. Bean. Um pouco mais forte, mas o rosto tem algo de Mr. Bean, com um sorriso malandreco e com movimentos faciais a indicarem a maquinação de uma qualquer partida. Mas, não é que, a seguir, ao reparar no segundo cliente, conhecido de "Mr Bean", vejo que é, nada mais nada menos, que a cara de Bob Hope. Sim, Bob Hope. O "Bob Hope" era muito mais parecido a Bob Hope que o "Mr Bean" a Mr Bean. Enquanto sentado na cadeira "Bob" revelou-se algo maleável nas decisões que o barbeiro solicitava: «Não ... talvez não seja preciso lavar, não sei»; «Talvez, sim pode ser gel». O "Mr Bean" a pretexto de ler o jornal, cada vez mais se embrenhava nas suas maquinações mais ou menos inconfessáveis.
Só faltava que a coincidência significativa abarcasse o barbeiro e a mim. Quanto ao barbeiro reparei que seria forçado assemelhá-lo fisicamente ao Groucho Marx. Tinha óculos, é certo, mas não bigode. Também não disse algo como «eu nunca iria a uma barbearia onde eu fosse barbeiro porque poderia cravar a tesoura no ouvido de um cliente». Quanto a mim... precisaria de um encontro com esse outro que seria eu mais novo. Porém, para tal encontro tinha que ser argentino e chamar-me Jorge. Nem misturando Peter Sellers, Terry Jones e Harpo Marx se arranjaria uma leve semelhança. Contento-me com a ideia de todos sermos um, não é? Bem, não importa.
Por fim, "Bob" e "Bean" saíram ambos penteadinhos com um vincado sorriso de satisfação. Afinal, como alguém em tempos considerou, as barbearias são templos erguidos ao culto do narcisismo. Acho bem.
Entretanto, o cliente na cadeira fica despachado e reparo que ele não troca o olhar com os presentes. É um pouco tímido e tem uma parecença com o Mr. Bean. Um pouco mais forte, mas o rosto tem algo de Mr. Bean, com um sorriso malandreco e com movimentos faciais a indicarem a maquinação de uma qualquer partida. Mas, não é que, a seguir, ao reparar no segundo cliente, conhecido de "Mr Bean", vejo que é, nada mais nada menos, que a cara de Bob Hope. Sim, Bob Hope. O "Bob Hope" era muito mais parecido a Bob Hope que o "Mr Bean" a Mr Bean. Enquanto sentado na cadeira "Bob" revelou-se algo maleável nas decisões que o barbeiro solicitava: «Não ... talvez não seja preciso lavar, não sei»; «Talvez, sim pode ser gel». O "Mr Bean" a pretexto de ler o jornal, cada vez mais se embrenhava nas suas maquinações mais ou menos inconfessáveis.
Só faltava que a coincidência significativa abarcasse o barbeiro e a mim. Quanto ao barbeiro reparei que seria forçado assemelhá-lo fisicamente ao Groucho Marx. Tinha óculos, é certo, mas não bigode. Também não disse algo como «eu nunca iria a uma barbearia onde eu fosse barbeiro porque poderia cravar a tesoura no ouvido de um cliente». Quanto a mim... precisaria de um encontro com esse outro que seria eu mais novo. Porém, para tal encontro tinha que ser argentino e chamar-me Jorge. Nem misturando Peter Sellers, Terry Jones e Harpo Marx se arranjaria uma leve semelhança. Contento-me com a ideia de todos sermos um, não é? Bem, não importa.
Por fim, "Bob" e "Bean" saíram ambos penteadinhos com um vincado sorriso de satisfação. Afinal, como alguém em tempos considerou, as barbearias são templos erguidos ao culto do narcisismo. Acho bem.
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