O Piolho Viajante
Finalmente, encontrei o que não se quer na cabeça: um piolho! No meu caso procurava um já bem conhecido desde o século XIX. Este:
Eis o cheirinho de uma Carapuça:
Nunca comprava couve que não fosse espigada, só porque era mais comprida. Sebo, que as velas derretiam, ia para a panela e chamava a isto descobertas económicas. Alface, para ele, nunca teve folha velha. Arroz nunca precisou escolhido. Peixe, nunca lhe tirou escama, nem guelra. Dizia: Como Deus o criou. Caroço de cereja e de ginja sempre foi abaixo. Cacho que trazia uva podre, chamava-lhe passada. Peixe podre nunca lhe cheirou mal e sempre respondia: Podres tenho eu os meus pecados. Era traste de toda a conta. Jamais teve indigestão pessoa que ele sustentasse.
Aqui encontrei o acesso ao texto completo. No caso (improvável) de dificuldades, eu posso enviar por e-mail. O meu primeiro contacto com o Piolho foi através de Palma-Ferreira, João (1980). Obscuros e Marginalizados. Estudos de Cultura Portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Eis o cheirinho de uma Carapuça:
Nunca comprava couve que não fosse espigada, só porque era mais comprida. Sebo, que as velas derretiam, ia para a panela e chamava a isto descobertas económicas. Alface, para ele, nunca teve folha velha. Arroz nunca precisou escolhido. Peixe, nunca lhe tirou escama, nem guelra. Dizia: Como Deus o criou. Caroço de cereja e de ginja sempre foi abaixo. Cacho que trazia uva podre, chamava-lhe passada. Peixe podre nunca lhe cheirou mal e sempre respondia: Podres tenho eu os meus pecados. Era traste de toda a conta. Jamais teve indigestão pessoa que ele sustentasse.
Aqui encontrei o acesso ao texto completo. No caso (improvável) de dificuldades, eu posso enviar por e-mail. O meu primeiro contacto com o Piolho foi através de Palma-Ferreira, João (1980). Obscuros e Marginalizados. Estudos de Cultura Portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
1 Comments:
Não conhecia o piolho mas fiquei fã :)
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