Mensonge, herói após post-moderno?
«Sabe-se que Spielberg está interessado - fala-se de um filme grandioso a ser rodado no ambiente dos desconstrutivistas - em explorar as suas complexas práticas-pensamentos, os seus despreocupados estilos de vida e costumes sexuais invulgares [...] Diz-se que Robert Redford está interessado no papel de Derrida, se puder ser interpretado como um americano. Verifico que a venda de produtos estruturalistas com ofertas a acompanhar está a aparecer nas boutiques [...] e tee-shirts com o nome «Foucault» escrito e canecas com a inscrição «Isto não é (ou é?) uma caneca» existem em todos os quartos de adolescentes [...]»
«Se queremos efectivamente entender o Desconstrutivismo, e Deus sabe como a tarefa é difícil mesmo num dia bom, será sensato começar por tentar entrar em linha de conta com Mensonge e compreender a significação da sua não significação, interpretar a natureza flutuante do seu signo sem signo.»
«O livro de Mensonge chamava-se [...] La Fornication comme acte culturel.»
«[...] Lévi-Strauss descobriu que a a explicação dada pela tribo ao facto de apenas comerem as raparigas mais bonitas era exactamente igual à que L'Escofier dera para rejeitar frangos magros e só cozinhar os mais gordos e vistosos, residindo a única diferença no preço do serviço de mesa, muito mais barato entre os canibais»
«O sexo já é suficientemente difícil na cama, como os meus contemporâneos filosóficos devem saber, disse amargamente Mensonge. Tentar praticá-lo numa estante é hubrístico em excesso. Além de que não vale a pena fingir que estamos num bordel quando sabemos que sabemos que estamos num funeral.»
«Assim, resumidamente, o que Mensonge parece em primeira instância estar a dizer em La Fornication é que, na grande era da suspeição, quando quase tudo foi desmistificado, desconstruído, desmitologizado e dessignificado, o sexo não, ficou de certo modo «deixado em descanso, na segurança do seu pináculo, como se fosse a soma de si próprio».
«La Fornication comme acte culturel é, indubitavelmente um dos poucos livros do nosso tempo que pode realmente ser considerado seminal. Ou podia ter sido, é claro, até ter saído»
Os afazeres desta semana, e possivelmente uma ou outra determinação estrututralista, apenas me permitiram estes excertos sobre um herói muito particular. Para quem não conhece eu direi, depois, quem é o autor, se é que existe!
«Se queremos efectivamente entender o Desconstrutivismo, e Deus sabe como a tarefa é difícil mesmo num dia bom, será sensato começar por tentar entrar em linha de conta com Mensonge e compreender a significação da sua não significação, interpretar a natureza flutuante do seu signo sem signo.»
«O livro de Mensonge chamava-se [...] La Fornication comme acte culturel.»
«[...] Lévi-Strauss descobriu que a a explicação dada pela tribo ao facto de apenas comerem as raparigas mais bonitas era exactamente igual à que L'Escofier dera para rejeitar frangos magros e só cozinhar os mais gordos e vistosos, residindo a única diferença no preço do serviço de mesa, muito mais barato entre os canibais»
«O sexo já é suficientemente difícil na cama, como os meus contemporâneos filosóficos devem saber, disse amargamente Mensonge. Tentar praticá-lo numa estante é hubrístico em excesso. Além de que não vale a pena fingir que estamos num bordel quando sabemos que sabemos que estamos num funeral.»
«Assim, resumidamente, o que Mensonge parece em primeira instância estar a dizer em La Fornication é que, na grande era da suspeição, quando quase tudo foi desmistificado, desconstruído, desmitologizado e dessignificado, o sexo não, ficou de certo modo «deixado em descanso, na segurança do seu pináculo, como se fosse a soma de si próprio».
«La Fornication comme acte culturel é, indubitavelmente um dos poucos livros do nosso tempo que pode realmente ser considerado seminal. Ou podia ter sido, é claro, até ter saído»
Os afazeres desta semana, e possivelmente uma ou outra determinação estrututralista, apenas me permitiram estes excertos sobre um herói muito particular. Para quem não conhece eu direi, depois, quem é o autor, se é que existe!
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