!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> nese-nese: Auschwitz, não esquecer.

1.28.2005

Auschwitz, não esquecer.

1. Tornar as pessoas como insectos asquerosos a evitar e depois a exterminar.
2. Converter o extermínio de pessoas em um problema a carecer de uma solução organizada, limpa, rápida e eficaz.
3. Contar com o fenómeno da submissão à autoridade para recrutar comandantes e guardas dos campos de concentração.
4. Admitir a coexistência da vida familiar, social e cultural com as tarefas de organização e implementação do extermínio.
5. Entre comandantes e guardas, dividir o mais possível as tarefas de extermínio para lhes aliviar, ou mesmo eliminar, a culpa.
6. Recrutar no seio das vítimas os agentes mais odiados e culpados, com a criação dos kappo e do sonderkommando.
7. Quanto maior for o horror de um campo de concentração, menos verosímil será qualquer testemunho de eventuais sobreviventes. A memória dissolver-se-á quando não se consegue falar sobre o sucedido.
8. Passados vários anos, o extermínio será um facto histórico mais ou menos abstracto e nunca uma reunião de milhões de tragédias individuais ainda por falar.

Ainda que este possa ser o processo de organização dos campos da morte construídos pelos nazis, continua a haver espaço e tempo para uma pergunta de desespero, que se repete para evitar o esquecimento: como foi possível?... como foi possível?...
Oxalá no ensino da História se continue a fazer esta pergunta, mesmo que se sinta a impotência de qualquer explicação.