A surpresa da pesca
Hoje fui à pesca da truta. O dia não me parecia lá muito bom. É certo que não fazia vento e por outro lado chovia, como convém. Mas um ligeiro frio refrescava o ar e levantava-me a suspeita de o dia de pesca poder não ser assim tão bom. No dia anterior imaginava uma refeição de trutas primícias cozinhadas com uns cibos de salpicão ou presunto e regadas com um bruto sublime, numa combinação de sabores que faz exclamar: isto é que é vida!
Lá fui, ao fim da manhã, até um ribeiro da serra. Estacionei ao pé de uma pequena ponte de estilo romano onde apenas cabe um carro. Dirigi-me para montante e a primeira constatação confirma-me que a chuva não tem sido assim tão copiosa, ao ponto de engrossar ribeiros e rios. Não, apenas saciou a sede da terra. Pelo menos aquele ribeiro precisaria de um caudal mais forte que o limpasse de todas as folhas outonais jazidas no seu leito. A chuva animava a expectativa da pesca de umas trutas. Subi o ribeiro sempre tentando e sempre sabendo que não há ciência que garanta uma captura, há apenas a oferta por bondade do rio. Já em desânimo lanço o isco e, de repente, atira-se uma truta. Mas, nada, não prende. No quarto lançamento seguinte atira-se outra, mas também não prende. «Bom, com duas picadelas vou continuar porque poderei pescar alguma», pensei. E lá prossegui na difícil subida do ribeiro. O terreno era cada vez mais íngreme e as fragas começavam a aparecer em força e totalmente escorregadias.
Continuei, mas nada, nem sinal de trutas. Até que de repente, ao virar de uma curva, tive uma oferta totalmente inesperada, mas não de trutas. O ribeiro ofereceu-me uma queda de água. Foi tão surpreendente que parecia um sonho. Como era possível uma queda de água assim num ribeiro tão pequeno? Quando me aproximo um pouco mais, reparo que a queda de água está dividida em duas partes. A primeira, mais forte, cai numa pequena pia. A água revolta salta novamente e cai numa segunda pia de aspecto majestoso. A segunda pia era enorme. Teria à vontade um diâmetro de 15 metros. Tinha uma forma circular quase perfeita e era ladeada por dois fraguedos lisos. Fiquei deslumbrado e com a sensação de ter sido o primeiro a ver aquela queda de água. A pesca à truta é sempre surpreendente. Hoje, porém, o que me surpreendeu foi uma paisagem natural tão bonita e tão de sonho aqui no nosso pequeno Portugal. Quem sabe se da próxima vez não avistarei naquele local belas sereias cantando que convidar-me-ão para um mergulho? Ou então se não levarei uma pequena garrafa de bruto e brindarei a uma natureza que esconde a sua beleza e resolve mostrá-la a um felizardo como eu?
Lá fui, ao fim da manhã, até um ribeiro da serra. Estacionei ao pé de uma pequena ponte de estilo romano onde apenas cabe um carro. Dirigi-me para montante e a primeira constatação confirma-me que a chuva não tem sido assim tão copiosa, ao ponto de engrossar ribeiros e rios. Não, apenas saciou a sede da terra. Pelo menos aquele ribeiro precisaria de um caudal mais forte que o limpasse de todas as folhas outonais jazidas no seu leito. A chuva animava a expectativa da pesca de umas trutas. Subi o ribeiro sempre tentando e sempre sabendo que não há ciência que garanta uma captura, há apenas a oferta por bondade do rio. Já em desânimo lanço o isco e, de repente, atira-se uma truta. Mas, nada, não prende. No quarto lançamento seguinte atira-se outra, mas também não prende. «Bom, com duas picadelas vou continuar porque poderei pescar alguma», pensei. E lá prossegui na difícil subida do ribeiro. O terreno era cada vez mais íngreme e as fragas começavam a aparecer em força e totalmente escorregadias.
Continuei, mas nada, nem sinal de trutas. Até que de repente, ao virar de uma curva, tive uma oferta totalmente inesperada, mas não de trutas. O ribeiro ofereceu-me uma queda de água. Foi tão surpreendente que parecia um sonho. Como era possível uma queda de água assim num ribeiro tão pequeno? Quando me aproximo um pouco mais, reparo que a queda de água está dividida em duas partes. A primeira, mais forte, cai numa pequena pia. A água revolta salta novamente e cai numa segunda pia de aspecto majestoso. A segunda pia era enorme. Teria à vontade um diâmetro de 15 metros. Tinha uma forma circular quase perfeita e era ladeada por dois fraguedos lisos. Fiquei deslumbrado e com a sensação de ter sido o primeiro a ver aquela queda de água. A pesca à truta é sempre surpreendente. Hoje, porém, o que me surpreendeu foi uma paisagem natural tão bonita e tão de sonho aqui no nosso pequeno Portugal. Quem sabe se da próxima vez não avistarei naquele local belas sereias cantando que convidar-me-ão para um mergulho? Ou então se não levarei uma pequena garrafa de bruto e brindarei a uma natureza que esconde a sua beleza e resolve mostrá-la a um felizardo como eu?
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