Feira com cú e vaidade
As feiras do livro são, como se sabe, frequentes nesta altura.
Frequentes, são, também, as palestras dadas por escritores, os quais se convidam para falarem sobre o título a promover na feira. Regra geral, estas comunicações são feitas ao ar livre, seguidas das habituais sessão de autógrafo e troca de palavras com o(a) escritor(a) e os seus leitores.
Ontem, ouvi, em uma feira, um escritor a falar da sua obra e, inevitavelmente, do seu título mais recente. Comunicou um desejo e duas ideias. O desejo foi cultural e pouco mercantil: «Prefiro mais que leiam do que comprem» disse. As duas ideias foram: a literatura não tem que ser aborrecida, e pode ser divertida; a literatura é uma forma de mudar o mundo.
No preciso momento em que exprime a última ideia, passa um casal entre a assembleia, reunida em forma de hemiciclo, e a frente da mesa de onde o escritor falava. Ele de cabelo comprido e encaracolado, vestido com uma camisola de manga curta, calções e sandálias. Os braços musculosos e crestados pelo sol deixavam perceber um operário da construção civil. Ela…. bom, ela apenas me deixou na memória as calças de fato de treino justas e o seu cú provocadoramente descomunal e um tudo nada descaído. O andar de ambos era sereno e seguro. Ela conferia ao cú um traço leve de vaidade.
A mente orienta a percepção e apenas eu reparei naquele CÚ. Todos os restantes ruminavam as palavras do escritor.
Frequentes, são, também, as palestras dadas por escritores, os quais se convidam para falarem sobre o título a promover na feira. Regra geral, estas comunicações são feitas ao ar livre, seguidas das habituais sessão de autógrafo e troca de palavras com o(a) escritor(a) e os seus leitores.
Ontem, ouvi, em uma feira, um escritor a falar da sua obra e, inevitavelmente, do seu título mais recente. Comunicou um desejo e duas ideias. O desejo foi cultural e pouco mercantil: «Prefiro mais que leiam do que comprem» disse. As duas ideias foram: a literatura não tem que ser aborrecida, e pode ser divertida; a literatura é uma forma de mudar o mundo.
No preciso momento em que exprime a última ideia, passa um casal entre a assembleia, reunida em forma de hemiciclo, e a frente da mesa de onde o escritor falava. Ele de cabelo comprido e encaracolado, vestido com uma camisola de manga curta, calções e sandálias. Os braços musculosos e crestados pelo sol deixavam perceber um operário da construção civil. Ela…. bom, ela apenas me deixou na memória as calças de fato de treino justas e o seu cú provocadoramente descomunal e um tudo nada descaído. O andar de ambos era sereno e seguro. Ela conferia ao cú um traço leve de vaidade.
A mente orienta a percepção e apenas eu reparei naquele CÚ. Todos os restantes ruminavam as palavras do escritor.
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