Influência papal
As televisões torcem até à secura um qualquer filão noticiário. A morte do papa e a eleição do seguinte são um exemplo. A influência papal está na ordem do dia. Aqui há uma semana, durante um jantar, sugeria eu a um amigo que em vez de se perguntar a idade a alguém porque não inquirir-se de outro modo: «Quantos papas já fizeste?» Ele, aceitando a sugestão, respondeu de imediato: «Quatro: João XXIII, Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II.» O número de anos permanece incógnito, ainda que o corpo de quem responde dê sinais de um passado maduro. Por outro lado, e exprimindo a minha ignorância, perguntei-lhe se em português um cardeal papabile poderia ser um cardeal papável. Ele respondeu que em circunstância alguma. Antes do novo assunto de conversa, cada um de nós levou à boca o seu charuto, um Monte Cristo. Prazer divinal! Que, pelos vistos, não é papal.
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